Medo doméstico
Não dá para dizer que “Resident Evil” inventou o terror interativo. Games como “Alone in the Dark” já flertavam com essa emoção bem antes da Capcom colocar seu T-Virus na praça. Mas dá para dizer que se o terror é o que é hoje nos games, é graças a este verdadeiro pioneiro. A série teve início em 1996 e, até hoje, tem 26 games associados à franquia. Dentre inúmeras versões, a série se espalhou em diversas plataformas nos últimos 16 anos. Escolhemos os 10 principais episódios desta saga, que já deu sustos homéricos em marmanjos mundo afora.
[O terror começa aqui, com direito uma constrangedora introdução, trazendo atores de quinta categoria em cosplays vergonhosos. O início deliciosamente tosco esconde uma pepita do survival horror, que enfatiza a resolução de puzzles e a necessidade de conservar munição contra os mortos vivos. Um remake para GameCube, lançado em 2002, atualizou os gráficos e introduziu algumas mecânicas, tornando essa a versão definitiva do game, obrigatório na biblioteca de qualquer fã de jogos de terror.
Considerado um dos melhores games de toda a franquia, “Resident Evil 2” marca a primeira versão do jogo em um console Nintendo, algo que aconteceria novamente apenas em “Resident Evil 4”. O game apresenta duas histórias paralelas, com o jogador escolhendo entre Claire Redfield e Leon S. Kennedy, que tentam sobreviver à horda de zumbis que atacam a cidade de Raccoon City. A delegacia deserta e devastada pode ser um dos melhores cenários da história da franquia.
Uma injeção de ação na franquia. “Resident Evil 3” marca a apresentação de um dos vilões mais icônicos da série, o monstrengo mutante Nemesis, que acossa o jogador em diversos pontos do game, atuando como uma espécie de mini-chefe. Na jogabilidade, a Capcom adicionou uma mecânica de rolamento, deixando a ação mais rápida, além de um comando para virar 180º, que se tornou característica da série.
O primeiro “Resident Evil” a não ser lançado originalmente para PlayStation traz uma grande inovação gráfica: pela primeira vez, os cenários passaram a ser renderizados em 3D, e não em uma imagem 2D estática. Bastante similar a “Resident Evil 3” na jogabilidade, “Code Veronica” é outro game frequentemente citado como um dos melhores da série. A trama traz personagens dos outros jogos, como Claire e Chris Redfield e Leon S. Kennedy.
“Outbreak” não foi dirigido por Shinji Mikami e não foi particularmente bem recebido pela crítica, mas é um episódio fundamental na série pois marca o primeiro experimento da franquia com multiplayer. Jogadores podiam entrar na internet usando o modem do PS2 e, ao lado de outros jogadores, enfrentavam cenários em modo cooperativo. Levar sustos deixou de ser uma coisa necessariamente solitária.
A revolução chega à série de horror da Capcom e não dá sinais de que vai embora. Pela primeira vez em nove anos, a série recebe mudanças cruciais na jogabilidade e o resultado é, provavelmente, o melhor jogo da série e um dos melhores da geração passada. No controle de Leon S. Kennedy, os jogadores se embrenham pelo interior da Espanha na busca da filha do presidente dos EUA, usando um sistema de mira fixo acima do ombro, com o jogador controlando a mira com o auxílio de uma mira-laser. Gráficos impressionantes, fases memoráveis e muita ação tornam este game um clássico obrigatório na biblioteca de qualquer jogador.
De muitas formas, “Resident Evil 5” seguiu o formato de seu predecessor, apenas ampliando a ação, afastando de vez a franquia de suas origens no horror. No papel de um extremamente bombado Chris Redfield os jogadores podem, mais uma vez, chamar um amigo para compartilhar a matança, seja via tela dividida ou online. O game é bom e traz gráficos impressionantes, mas dá para dizer que inova pouco em relação ao predecessor.
Pela primeira vez a experiência “Resident Evil” foi traduzida com precisão para um portátil, usando os recursos gráficos do Nintendo 3DS. Com gráficos impressionantes para o sistema e algumas mecânicas que utilizam características únicas do portátil, “Revelations” não faz feio com seus primos maiores e é uma excelente demonstração de que a franquia tem novas fronteiras para romper.
A série abandona de vez suas convenções em um game que pode ser descrito mais como uma versão de “Left 4 Dead” em terceira pessoa, no universo de “Resident Evil”. A cooperação é fundamental no game, que introduz mecânicas de cobertura e acelera a jogabilidade, buscando um jogo mais ágil e cheio de ação. A recepção não vem sendo das melhores, mas a ideia tem bastante potencial.
A ordem agora parece ser dinamizar a jogabilidade de “Resident Evil”, ampliando a ação vista em “RE 5”. Os personagens (dentre eles Chris Redfield e Leon S. Kennedy) se movem com muito mais velocidade e acrobacias que em qualquer outro game da série. Pela primeira vez, a Capcom vai deixar os jogadores andar e atirar ao mesmo tempo. Não há muitas informações sobre o game, mas do que foi visto até agora, parece um passo rumo a games de ação tradicionais como “Gears of War”.
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